Essa é a pergunta que muitos dos egressos do sistema penitenciário se fazem ao receber novamente o direito de liberdade.
Muitos deles não têm para onde ir e, os que têm, não sabem por onde recomeçar a vida que foi interrompida ao serem presos. Esses ex-detentos ainda encontram muita dificuldade para serem aceitos novamente em sociedade e na sua própria família.
Não há espaço para esses sujeitos no mercado de trabalho e, sem trabalho, não há dinheiro para comer, a saúde é precária, precisam enfrentar filas e filas nos albergues para poder dormir sob um teto.
Como queremos que esses sujeitos não reincidam?
É com o propósito de incluir esses cidadãos na sociedade atual e no mercado de trabalho que a FAESP (Fundação de Apoio ao Egresso do Sistema Penitenciário) oferece cursos de informática e linguagem, apoio psicológico em grupos e individual, cestas básicas e lanches coletivos, incentivando assim, a não reincidência do crime.
É importante salientar que a FAESP é uma organização filantrópica sem fins lucrativos ou político-partidários, que busca auxiliar o egresso na sua reintegração social. Com o lema "Reintegrar, para não Reincidir" a instituição foi criada em 1997 e, desde então, já atendeu mais de 800 egressos dos quais 87,69%, não reincidiram criminalmente.
Assim, precisamos enfatizar a importância da sociedade na reintegração desses sujeitos, uma vez que a criminalidade está intimamente ligada a fatores sócio-econômicos, e não somente a fatores histórico-culturais.
Como cita a resolução nº 12, de 25 de Maio de 2011 do Conselho Federal de Psicologia:
Art. 1º. Em todas as práticas no âmbito do sistema prisional, a(o) psicóloga(o) deverá respeitar e promover:
c) A desconstrução do conceito de que o crime está relacionado unicamente à patologia ou a história individual, enfatizando os dispositivos sociais que promovem o processo de criminalização;
E na sua empresa, teria espaço de trabalho para estes egressos?
Site da FAESP, para mais esclarecimentos: http://www.faesp-rs.org.br/
É importante falarmos sobre isso, pois estamos sempre discutindo sobre a violência no Brasil e não nos damos conta da exclusão que fazemos com ex-detentos. Sabemos que as prisões de nosso país não são exemplos de reestruturação, aliás, é de nosso conhecimento que de tão precário nosso sistema penitenciário, os sujeitos acabam piorando lá dentro.
ResponderExcluirMas não podemos pré-conceituar que TODOS os ex-detentos serão para sempre criminosos! Devemos oportunizar a inclusão dos mesmos em nossa sociedade. Até porque, há um esforço de muitos em procurar emprego, viver dignamente e precisamos dar-lhes a oportunidade de melhorar suas vidas!
Apóio a iniciativa da Fundação e saliento que este é um pré-conceito que deve ser eliminado, pois afinal, todo preconceito é um tipo de exclusão!